O advogado André de Almeida, que faz parte do processo Class Action contra a Petrobras nos Estados Unidos, comenta o balanço trimestral – julho a setembro de 2014 – divulgado essa madrugada pela Petrobras. Para ele “Os gestores da Petrobrás não saberem o tamanho das perdas econômicas já é bastante grave. Não admitir, que tais incontestáveis perdas existem, em seu balancete é ainda pior, pois segue na tática de divulgar números imprecisos, deixando os acionistas e credores da Petrobrás no escuro.”
O prazo para adesão à Class Action termina dia 6 de fevereiro.
“A Petrobrás, orgulho nacional e de todos os brasileiros, foi incapaz de produzir um balancete trimestral (referente ao período de Julho a Setembro de 2014) refletindo sua realidade econômica. Ao que se tem em conta pelas declarações públicas e oficiais de seus gestores, a Petrobrás não nega que vários de seus negócios foram superfaturados e que deverão se expurgados de suas demonstrações contábeis. Infelizmente, contudo, a Petrobrás não foi capaz de expurgas as perdas dos negócios superfaturados de seu balancete, nem mesmo fazendo uso de ressalvas e outras metodologias contábeis aceitas.
São duas as conclusões que se tira. A primeira é que os gestores da Petrobrás não sabem o valor do rombo econômico que os negócios superfaturados já lhe causaram, ou que temem existir outras perdas ainda não reveladas. Tal dúvida de gestão acaba por abalar ainda mais a já deteriorada imagem da mais admirada companhia nacional.
A segunda conclusão que se tira é mais séria. Na Class Action que os acionistas da Petrobrás movem perante o Poder Judiciário dos EUA se discute que as perdas de valor das ações (ADRs) negociadas na bolsa de Nova York foram das duas uma: ou infladas a partir de resultados e projeções econômicas fictícias, ou deterioradas a partir dos diversos atos de má governança corporativa da empresa. Ao deixar de inserir em seu balancete trimestral o valor das perdas, já admitidas pelos seus gestores, a Petrobrás segue no artifício de divulgar para seus acionistas e credores realidade paralela a real, praticamente confessando que a divulgação de números não fidedignos é prática admissível na Companhia.
Os gestores da Petrobrás não saberem o tamanho das perdas econômicas já é bastante grave. Não admitir, que tais incontestáveis perdas existem, em seu balancete é ainda pior, pois segue na tática de divulgar números imprecisos, deixando os acionistas e credores da Petrobrás no escuro.”
André de Almeida Sócio de Almeida Advogados
Vera Moreira/ Assessoria de Imprensa do Almeida Advogados/ (11) 3253-0586 e 9 99731474
Comments