Os recentes acidentes ocorridos no trânsito de São Paulo, como um Camaro na Vila Cachoeirinha, o Porche na Vila Olímpia, um Land Rover na Vila Madalena, a Ferrari da Dutra e tantos outros; deixam claro que a tecnologia de ponta pode criar uma falsa sensação de segurança, porque estamos falando de suspensões independentes, amortecedores controlados eletronicamente, controles de tração, motores turbos, freios ABS, air bags, entre outros itens de série dos carros top de linha. Eles fornecem aos motoristas conforto e uma sensação de estabilidade que nem sempre refletem a realidade.
Por incrível que pareça, um veiculo esportivo, que anda a150 kmpor hora, possui o mesmo nível de ruído e trepidação que um veículo popular 1.0, a70 kmpor hora. Os acidentes ocorrem geralmente em curvas acentuadas, pisos irregulares ou até mesmo por imprevistos, como animais atravessando as pistas. Quando estamos em alta velocidade, o tempo de reflexo diminui muito e para andar nesse ritmo é necessário ter noções de pilotagem, que a maioria dos motoristas não possui.
Em caso de colisão, os motoristas destes carros sofrem muito pouco em virtude dos air bags, bem como outros sistemas de segurança, que protegem os ocupantes, mas matam pedestres ou as pessoas que estão em outros carros.
Como profissional da área de engenharia mecânica e auto center, acredito que motoristas de veículos potentes deveriam ter uma carteira de habilitação diferenciada e teriam que passar por um curso específico, inclusive com um tempo mínimo de carteira comum, assim como ocorre com embarcações em que cada modelo de habilitação corresponde a um tamanho de barco, os motoristas que desejam dirigir veículos potentes.
Educar é melhor que punir.
* Denis Marum é engenheiro mecânico e diretor executivo da Chevy Auto Center.
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