Maria Helena Vilela
Não é milagre, a gravidez faz parte da natureza humana. Depois da primeira ovulação, uma garota já corre o risco de engravidar numa relação sexual ou em um namoro mais íntimo em que o garoto ejacule próximo à entrada da vagina, no seu período fértil. Mas ninguém deve e nem precisa correr este risco na adolescência.
Este momento é de descobertas, muita brincadeira, festas, mas também de um grande desenvolvimento escolar e de preparação para realizar o sonho profissional. Não cabe a maternidade e a paternidade! Portanto, vamos conversar um pouco sobre métodos contraceptivos para ajudar a lidar com a vida sexual, sem que se corra o risco de engravidar.
O método do adolescente
O método que deve estar sempre presente em sua escolha, principalmente na dos garotos, é o preservativo. Ele é o único método que dá ao menino autonomia e controle para decidir quando ter um filho. Além disso, ainda protege o casal das DST/Aids.
A camisinha, quando bem colocada dificilmente rompe, mas acidentes podem acontecer. Portanto é importante que a menina também faça a sua parte na prevenção da gravidez. Pois quando um casal tem vida sexualmente ativa, e ter um filho está completamente fora de seus planos, é aconselhável utilizar um outro método contraceptivo associado a camisinha. Existem vários, dentre eles a tabelinha que não deve ser o método escolhido por nenhuma jovem. A tabelinha é importante para a garota conhecer o funcionamento de seu corpo, mas é um dos métodos que mais falha.
Os métodos contraceptivos mais eficazes e que são adequados na adolescência são os hormonais. A sua eficácia é muito alta, em torno de 99,9 a 100%, de fácil utilização e reversível no momento em que for interrompido. A dobradinha -método hormonal e camisinha – é ideal para o casal cuidar de sua proteção às DST/Aids e da gravidez na adolescência.
Métodos hormonais
A principal função contraceptiva dos métodos hormonais é impedir a ovulação. Os hormonais são aqueles métodos no qual a garota, por meio da ingestão ou absorção de hormônios artificiais, mantém o nível desejado de hormônios na circulação sangüínea, “enganando” o cérebro, que não percebe a necessidade de estimular os ovários para produzirem estrógeno e progesterona. Sem a produção natural desses hormônios os óvulos não conseguem iniciar a sua maturação e a ovulação não acontece. Desta forma, enquanto a garota usar este método, não há óvulo nas trompas para os espermatozóides encontrarem e a fecundação não pode acontecer.
Existem vários tipos de métodos hormonais, mas a escolha de qualquer um deles precisa do acompanhamento de um médico ginecologista e informações sobre a forma correta de utilizar.
MétodosUsoPílulaIngerir um comprimido, no 1º ou 5º dia da menstruação, de acordo com a orientação médica. Tomar a pílula todos os dias, no mesmo horário, até que a cartela acabe. Descansa 7 dias e reinicia uma nova cartela.InjetávelTomar uma injeção no músculo uma vez a cada 3 meses ou 8 semanas de acordo com a indicação médica.Adesivo TransdérmicoColar o adesivo na pele. Em qualquer local do corpo, menos nos seios e em sua proximidade. O adesivo deve ser colado na pele no primeiro dia da menstruação. Ele deve ser trocado a cada semana. Depois de três semanas deve-se fazer uma pausa de 7 dias e reiniciar a colagem do adesivo na pele.Anel VaginalÉ um anel plástico flexível que é encaixado no colo do útero, de onde libera uma pequena dose de hormônio. Para colocá-lo a mulher pode deitar, agachar, ou ficar em pé. Ela deve introduzi-lo na vagina empurrando-o com o dedo até não senti-lo mais. A colocação deve ser feita no 5º dia da menstruação e o anel deve permanecer no local por 21 dias. Para retirar o NuvaRing basta inserir o dedo na vagina e puxar o anel. Deverá ser feita uma pausa de 7 dias e um novo anel deve ser utilizado por mais 21 dias.ImplanteO implante é inserido debaixo da pele, na região do braço, por um médico. Durante três anos, vai liberar diariamente na corrente sangüínea as doses necessárias de hormônios para evitar a gravidez.DIU HormonalÉ um pequeno cilindro com hormônios que ao ser colocado no útero, pelo médico, passa a liberar hormônios, gradativamente. A durabilidade deste método é de 5 anos, e durante o seu uso a garota não menstrua.
Aposte nessa parceria: a camisinha como método de prevenção a gravidez e as DST/Aids e o método hormonal como um reforço contraceptivo.
Maturidade sexual significa, também, ser responsável pelo seu corpo e o do parceiro.
Maria Helena Vilela é diretora do Instituto Kaplan – www.kaplan.org.br
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