O jornalista Orlando Duarte é um dos mais importantes repórteres esportivos do Brasil, que cobriu 14 Copas do Mundo e 10 Olimpíadas. O ‘eclético´ lança o livro “PAIXÃO – O Brasil de todos os Mundiais”, sobre as Copas do Mundo, suas curiosidades e histórias que marcaram cada edição do torneio.
Em 281 páginas, o autor aborda aspectos formais e estatísticos, mas – acima de tudo – informações de quem cobriu a participação do Brasil e viu a conquista dos cinco títulos – Suécia (1958), Chile (1962), México (1970), Estados Unidos (1994) e Coreia-Japão (2002).
“Enfim, o livro não é uma sequência de clichês (ele trará alguns, é claro, não posso evitar), mas mostrará historietas resgatadas da memória ou de livros de pesquisadores sérios. Ao fim da última página, você já estará muito mais preparado para o Mundial. Talvez até melhor (ou tanto quanto) que a nossa seleção”, enfatiza Orlando Duarte.
Brasil e os títulos mundiais
“PAIXÃO – O Brasil de todos os Mundiais” traz a trajetória do país em cada torneio, recheado das histórias dos grandes ídolos, como Vavá, Garrincha, Pelé, Tostão, Romário, Ronaldo; os dramas internos e a superação, como a equipe de 94, que disputou a Copa dos Estados Unidos.
“Talvez as dificuldades tenham feito algum bem para a equipe brasileira. O time, por exemplo, não era melhor que as seleções de Telê de 1982 e 1986, mas tinha um profundo espírito de equipe, com jogadores abnegados e altruístas, que subiam ao campo de mãos dadas, para demonstrar sua união. Essa seleção, tão criticada, foi ganhando uma crosta, um escudo, que permitia que as críticas (que vinham de todos os lados: jornalistas, público etc.) simplesmente não a atingissem”, conta Orlando Duarte.
Têm histórias pitorescas e outras de muito amor, como na Copa do Chile, em 1962, na partida Brasil X Chile.
“O chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, fez a seleção viajar de trem de Viña del Mar para Santiago no dia da partida. Além disso, o almoço foi pão, banana e refrigerante. Paulo temia que algum cozinheiro mais patriota colocasse algum laxante ou substância soporífera na comida de seus jogadores. Para o duelo contra os anfitriões, o Brasil apostava num jogador: Garrincha. O atacante brasileiro já havia entortado os ingleses e estava muito motivado para a semifinal. Isso porque a cantora Elza Soares, por quem estava apaixonado, estaria no Estádio Nacional. No auge da forma técnica e querendo impressionar a mulher que amava, Garrincha tratou de mostrar serviço logo aos 9 minutos do primeiro tempo, quando acertou um petardo de canhota no ângulo esquerdo e fez 1 a 0. Vinte e três minutos depois, Zagallo cobrou um escanteio na cabeça de Garrincha, que testou firme no canto direito: 2 a 0. Estava fácil e nem mesmo a violência promovida pelo zagueiro chileno Eladio Rojas contra Garrincha era capaz de pará-lo”.
Curiosidades futebolísticas
Orlando Duarte fez questão de listar curiosidades dignas de conversa de botequim. “Nada melhor que poder mostrar os conhecimentos futebolísticos numa roda de amigos ou na família. Jogar conversa fora e se divertir faz parte do show da torcida”.
Você sabia que:
O primeiro gol da história das Copas foi marcado pelo francês Lucien Laurent, na vitória sobre o México por 4 a 1, no Uruguai, em 1930.
Maior placar em uma final foi Brasil 5 x 2 Suécia, em 1958.
A maior goleada aplicada em um Mundial coube à seleção da Hungria, que derrotou El Salvador por 10 a 1, em 1982, na Espanha.
Cinco brasileiros já disputaram quatro Copas do Mundo: Castilho (1950, 1954, 1958 e 1962), Nilton Santos (1950, 1954, 1958 e 1962), Djalma Santos (1954, 1958, 1962 e 1966), Pelé (1958, 1962, 1966 e 1970) e Emerson Leão (1970, 1974, 1978 e 1986).
O Brasil é a seleção que mais marcou gols em Copas do Mundo: foram 210. E também a que mais venceu: foram 64 triunfos, 11 dos quais consecutivos (sete em 2002 e quatro em 2006).
Pelé foi o único jogador a ser campeão em três Copas do Mundo: 1958, 1962 e 1970. Ele ganhou o primeiro título pela seleção brasileira com 17 anos e 249 dias, tornando-se o mais jovem campeão mundial da história.
Dois juízes brasileiros apitaram uma final. Arnaldo Cezar Coelho foi o árbitro de decisão do Mundial da Espanha em 1982, vencido pela Itália, e Romualdo Arpi Filho, do México em 1986, vencido pela Argentina. Detalhe: o juiz brasileiro que mais apitou jogos em Mundiais foi José Roberto Wright, com quatro participações.
O Brasil de 2014
No livro, Orlando Duarte destaca os estádios, as promessas de legado e empregos gerados pela Copa no Brasil em 2014, mas é o time a maior preocupação do torcedor: “O Brasil também tem sua dose de talento. Neymar veste a mítica 11, que um dia pertenceu a Garrincha. E, como o gênio de pernas tortas, entorta as defesas e os raciocínios dos treinadores adversários. Oscar, meia do Chelsea, parece cada vez mais maduro para reger o meio de campo. A geração de zagueiros também é boa: Thiago Silva e David Luiz não deixam nada a dever para os ótimos Lúcio e Juan, muralhas das Copas de 2006 e de 2010 (Lúcio também foi campeão em 2002). No banco está Luiz Felipe Scolari. Se seleção é momento para jogador, também deveria sê-lo para treinador… Só o tempo dirá se ele vai reeditar 2002 ou se vai acontecer com ele o mesmo que se passou com Vicente Feola em 1966”.
Sobre Orlando Duarte – 81 anos, mais de 60 anos dedicados ao jornalismo, cobriu 14 Copas do Mundo, 10 Olimpíadas, passou pelos principais veículos de imprensa, é um dos mais influentes profissionais da imprensa esportiva brasileira. Escreveu 28 livros.
“PAIXÃO – O Brasil de todos os Mundiais”
Autor – Orlando Duarte
Páginas – 281 Editora – aBooks
Lançamento – 12 de setembro
Local – Museu do Futebol – Estádio do Pacaembu- S.Paulo
Vera Moreira/ Assessora de Imprensa/ (11) 3253-0729
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