O lançamento do Observatório da População Negra, criado pela Faculdade Zumbi dos Palmares, em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), vai proporcionar acesso ao primeiro banco de dados sobre as realizações da população afrodescendente em diversas áreas produtivas e sociais do Brasil. Serão realizadas pesquisas sobre os resultados efetivos das políticas públicas para a população negra. “O observatório reúne os dados e os analisará, identificando os problemas e avançosem cada segmento. Teremosum banco de dados real e otimizado sobre a situação do afrodescendente”, afirma José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares.
Ao examinar as recentes pesquisas disponibilizadas na parceria com a SAE, a comissão de pesquisadores da Faculdade Zumbi dos Palmares identificou os problemas que a população afrodescendente enfrenta no mercado de trabalho, na distribuição de renda, na área de saúde e na educação. “A população negra venceu muitas barreiras durante os últimos anos, porém, ainda não conseguiu alcançar a igualdade social e econômica”, conclui o Prof. Cardoso.
Afrodescendentes em números
De imediato, o portal Observatório da População Negra analisa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e oferece um recorte dos números com foco no negro.
Em relação ao ensino universitário, a população negra saiu do patamar de 2% alcançando os 5% no período de dez anos. Porém, as universidades de maior prestígio não apresentam o mesmo crescimento da participação de negros, permanecendo de forma estática.
Sobre a distribuição de renda, nos últimos dez anos, houve mobilidade social da população negra. Um percentual de baixa renda de negros ascendeu à classe média. Porém, ainda se nota desigualdade social, e particularmente racial, no Brasil se comparado com outros grupos de brasileiros.
Em relação à longevidade, mantêm-se a desigualdade racial entre o branco e o negro. Se comparar os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) observa-se que o branco, de maneira geral, vive mais do que o negro.
Já no mercado de trabalho, o número de desempregados negros teve uma grande queda nas diferentes regiões brasileiras. Mas o número de negros desempregados continua sendo maior que o branco. Ainda existe o preconceito, por isso na concorrência pelo emprego, a pertença étnico-racial importa e causa desvantagem ao negro.
O Observatório da População Negra promoverá sua primeira pesquisa qualitativa sobre a performance e a realidade nos estagiários da Zumbi dos Palmares em instituições bancárias em S.Paulo. O estudo será coordenado pela Profº Eliane Barbosa, que defende doutorado na FGV-SP com o mesmo tema.
Vera Moreira/Assessora de Imprensa/ tel: (11) 3253-0586
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