Como será o novo modelo de negócios dos escritórios de advocacia depois da crise? Essa foi a pergunta de grandes e médios escritórios de advocacia americanos, os chamados – “big law”- , acostumadas a ganhar muito dinheiro, que cobravam honorários por hora e repassavam ao cliente qualquer centavo de gasto, mas sem o alinhamento mundial das grandes empresas do mercado americano que se viram obrigadas a se ajustar depois da crise de 2008.
Os escritórios de advocacia corporativos brasileiros seguem os padrões americanos de
José Paulo Graciotti
cobrança de honorários com algumas pequenas variações (os grandes tentam manter a política de honorários por hora; alguns praticam a cobrança de valores fixos, principalmente para processos, com alguma flexibilidade e percentual de sucesso; e os escritórios butiques, altamente especializados, que podem cobrar por complexidade do processo), porém todos eles usam a taxa horária de seus integrantes com base para suas estimativas de valores, sem se preocupar muito com eficiência ou produtividade.
Quem faz a análise é José Paulo Graciotti, fundador da Graciotti Consultoria Empresarial, empresa especializada em gestão e atualização de escritórios de advocacia. Com 27 anos de experiência na área, o engenheiro Graciotti se especializou no planejamento, implantação de processos para eficiência e gestão do conhecimento.
“Minha experiência mostra que nesse mercado temos um “gap” de cerca de 5 a 10 anos em relação ao que acontece nos EUA e que acaba acontecendo aqui no Brasil. Refiro-me especificamente às mudanças tecnológicas, de gestão e comportamento de clientes e não às crises econômicas que têm causas, tempos e períodos diferentes (aqui e lá), mas as suas consequências são parecidas. Neste aspecto devemos aproveitar esse “gap” e aprender com experiência vivida pelos escritórios americanos na sua crise e tirar o que de positivo foi feito por aqueles que a superaram, obviamente adaptando à realidade brasileira’, explica Graciotti.
O modelo de negócio tem que mudar. Os escritórios precisam se reinventar. Graciotti tem algumas dicas:
Estreitar relacionamento com clientes.
Investir (mais que o normal) em tecnologia e estrutura de back-office.
Ter políticas claras de atração e retenção de talentos.
Criar estrutura sistemática e profissional de precificação.
Estudar e apresentar formas alternativas de cobrança de honorários.
Estudar formas de remuneração de seus colaboradores que incentive a produtividade.
Adotar a filosofia / conceito de gestão de seu conhecimento na organização
Repensar a estrutura de remuneração de sócios
Adotar uma gestão profissional de sua organização.
Reavaliar sua estrutura de custos (não com o objetivo simples de cortar custos e sim de fazer mais com menos).
Fonte – José Paulo Graciotti, engenheiro formado pela Escola Politécnica com especialização Financeira pela FGV e especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV. Membro da ILTA–International Legal Technology Association.Há mais de 27 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia.
Vera Moreira/ Assessora de Imprensa/ (11) 3253-0586 e 9 9973-1474
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